Humberto
Mauro,
Volta
Grande(MG),
1897 -
1983.
Um dos
pioneiros
do cinema brasileiro.
Recentemente, a casa do famoso
cineasta Humberto Mauro, em Volta Grande(MG), foi transformada em museu, uma
grande chácara onde viveu muitos anos.
Pois bem, no final da década de
70, tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, meu irmão Marco Antônio,
Diretor do Jornal de Recreio, na ocasião promovia anualmente uma Exposição de
Arte e Cultura, a EXARTEC e, sendo assim, fui com ele até Volta Grande convidar
o Humberto Mauro para participar da exposição, com a gente foram também, os
meus irmãos Antônio Carlos e Ana Luiza e, a minha esposa, Alice.
Chegando lá, um homem alto e
sorridente, ou seja, o Humberto Mauro, nos recebeu muito bem, sua casa estava
muito agitada, o filme, A Noiva da Cidade, de sua autoria, estava sendo rodado
sob a direção de Alex Vianna, com astros do gabarito de Elke Maravilha, cuja
trilha sonora, Tutu Marambá, tinha a assinatura do compositor, Chico Buarque.
Deste modo, Humberto Mauro nos
convidou pra rodar a chácara toda, falante como ninguém, ia nos mostrando tudo,
tanto dentro da casa, quanto fora dela. No quintal, ainda me lembro, ele
divisou um morro e disse, Tá vendo aquele morro, ele foi o Monte Pascal no meu
filme, O Descobrimento do Brasil. Intrigado eu lhe perguntei pelo mar, uma vez
que em Volta Grande não o tem, ele sorriu e me respondeu, O mar foi a neblina
da manhã do dia da filmagem. Pensei com os meus botões, este é o criativo
Humberto Mauro, por isso ele é citado em todas as faculdades de cinema do mundo
inteiro. Falando sem parar, Humberto Mauro apontou para uma estrada no alto de
uma colina e sentenciou, Um fusca subindo naquela estrada para o cinema é uma
porcaria, agora, no lugar dele, um carro de boi, é uma maravilha. Humberto
Mauro era telúrico e bucólico ao máximo no seu trabalho e morreu deixando
muitos projetos pendentes.
Além do cinema, outra paixão sua
era a de rádio amador, e fez questão da gente ver ele conversando com o filho
que estava no Rio de Janeiro.
Pois é, aqui entra sua relação com os Werneck, este
homem fantástico, chamado Humberto Mauro, teve uma madrasta que assinava o
sobrenome Werneck, Dona Gasparina de Lacerda Werneck, nascida em 16 de janeiro
de 1887, era conhecida por Dindinha, no primeiro matrimônio, teve um filho
chamado Ormínio, depois casou-se com Caetano Mauro, pai de Humberto Mauro. Este
caso, como prova de sua veracidade, está, também, registrado no livro, A
Família Werneck, de Nelson V. Pamplona, na página 151. Quem tiver o livro, é só
conferir.
Anibal Werneck de Freitas.